quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Relacionamentos


A vida, é como uma viagem num barquinho. Nascemos em nosso barquinho e passamos a vida navegando, cruzando com pessoas, desviando de outras. Até que, certo dia, você vê alguém em um outro barquinho que te faz querer parar. E aí, você entende, que sua jornada vai ser muito mais feliz se navegarem juntos.
Porém, cada barquinho é individual e intransferível - se os dois subirem em um barquinho só, este irá afundar e outro vai ficar sem rumo e provavelmente vai acabar naufragando também. Então vocês decidem que a melhor forma de seguirem juntos, é de mãos dadas - um segura na mão do outro, com força, dispostos a se manterem juntos, não importa o tamanho das ondas que irão enfrentar ou os perigos do mar que são forças constantes querendo separar o laço. Cena bonita de se ver.
E esse laço, funciona por um tempo, às vezes até pra vida toda. Quando mais tempo juntos, mais adversidades e perigos terão que enfrentar para continuarem unidos. Acontece que, certo dia, uma tempestade chega. No outro, alguém que te encanta passa no barquinho ao lado. Depois, vem um peixe gigante querendo derrubar o barco. Ou, até mais simples - vocês decidem que querem seguir em direções opostas: você quer ir para o norte, ele para o sul.
Mas e todas as promessas de continuarem juntos, haja o que houver? Bem, elas eram verdadeiras. De coração. Mas a maré muda diariamente e você não consegue fingir que não percebe a força que os puxa para direções opostas. E você se sente mal - queria continuar de mãos dadas. Mas a soma de outras coisas pequenas, está cada dia se tornando mais forte. E, de repente, vem uma onda, daquelas ninguém espera muito e vocês soltam as mãos.
E assim, relacionamentos acabam, mesmo que vocês queiram continuar. E a solidão dói, então vocês lutam, remam e podem até conseguir dar as mãos de novo. Mas, lá no final do horizonte, tem mais ondas se formando.
E elas não param para vocês serem felizes. E você, subitamente percebe, que nada daquilo foi concreto - tudo o que viviam, falavam, era estranhamente abstrato e assustadoramente frágil.

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