quarta-feira, 31 de março de 2010

Era uma vez uma linda princesa...


Era uma vez, e era outra vez e mais tantas vezes...
O meu conto de fadas não tem só um final feliz, é como um ciclo.
Minha amiga apelidou de "síndrome de Cinderela", o meu jeito de viver com magia e eu perco sapatinhos, me apaixono por feras,converso com animais e bules e posso ter tranças de mel, pra encontrar a pessoa amada. Ando em tapetes e abóboras e acredito em um mundo além do meu castelo.
Por viver essa 'vida encantada', tudo tem um peso diferente pra mim. As dores, alegrias, amores, temores ganham mágica e só mesmo com muita fadas madrinhas pra segurar esse fardo mágico.
Ganho um ar sublime com algumas mexidas de varinha, mas é claro, que passada a meia noite, viro gata borralheira outra vez.
Meus cavalos são ratos, minha carruagem, não passa de uma abóbora, nada pra mim é o que parece, um pouco de mágica e tudo fica mais bonito.
E vou assim, dentro de livros, entre perdas de sapatos, pela estrada dos tijolos amarelos, fugindo de bruxas, dentro do maior encantamento possível, buscar outra história, outro final feliz pro meu conto de fadas.

* A revanche da princesa *

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei- me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...

E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
'Nem fu...den...do! '.
(Luís Fernando Veríssimo).

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